RELATOS DE UM PEREGRINO RUSSO
O livro RELATOS DE UM PEREGRINO RUSSO é um clássico da espiritualidade cristã oriental. Foi escrito por um monge russo anônimo, no século XIX. O PEREGRINO RUSSO conta a história de um homem que queria aprender a rezar. Ele ouviu certa vez na Bíblia que deveríamos "orar sem cessar". Ele procurou muitos mestres, e nenhum o satisfez, até que encontrou um monge (um starets) que lhe ensinou a ORAÇÃO DE JESUS, a repetição do nome de JESUS... O homem então começou a repetir o nome de JESUS até que a oração tomou conta de sua mente e de seu coração.
A ORAÇÃO DE JESUS consiste em sentar-se em silêncio, aquietar a mente e dirigir a atenção ao coração, procurando trazer a respiração ali, sentindo seu efeito. E, ao fazer isso, murmurar ou pensar nas palavras: "Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim”. Como água em pedra dura, a repetição vai amolecendo o coração do peregrino, “aprofundando- se em sua carne”. Ele repete as palavras 3 mil, 6 mil,12 mil vezes ao dia. E passa por vários estados, do desconforto e preguiça iniciais às primeiras sensações de calor no peito, a purificação vinda pelas lágrimas, o sentimento de união com o mundo, a abertura para a paz, até atingir a experiência do amor divino. Esse homem alcançou a oração contínua, aprendeu a "orar sem cessar". . Ele repetia o nome de JESUS o dia inteiro, e até durante o sono o nome de JESUS estava em seu coração.
O PEREGRINO RUSSO conta a história de como esse homem aprendeu a "orar sem cessar", por meio da ORAÇÃO DE JESUS, que consiste na repetição do nome de JESUS.
TRECHOS DO LIVRO RELATOS DE UM PEREGRINO RUSSO
"Por graça de Deus sou homem e sou cristão; pelas minhas ações sou um grande pecador. Meus bens são: as costas, uma sacola com pão duro, a santa Bíblia no bolso e só... Por estado, sou peregrino da mais baixa condição, andando sempre errante de um lugar a outro. No vigésimo quarto domingo depois de Pentecostes, fui à igreja para ali fazer minhas orações durante a liturgia. Estava sendo lida a primeira Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses e, entre outras palavras, ouvi estas: 'Orai incessantemente' (1Ts 5,17). Foi esse texto, mais que qualquer outro, que se inculcou em minha mente, e comecei a pensar como seria possível rezar incessantemente, já que um homem tem de se preocupar também com outras coisas a fim de ganhar a vida".
"É preciso lembrar-se de Deus em todo tempo, em todo lugar e em todas as coisas. Se fabricas alguma coisa, deves pensar no Criador de tudo o que existe; se vês a luz do dia, lembra-te Daquele que criou a luz para ti; se olhas o céu, a terra e o mar e tudo o que eles contêm, admira, glorifica Aquele que tudo criou; se te vestes com uma roupa, pensa Naquele de quem a recebeste e lhe agradece, a Ele que provê a tua existência. Em resumo, que todo movimento seja para ti um motivo para celebrar o Senhor: assim rezarás sem cessar e tua alma estará sempre alegre".
"A oração interior incessante é um anseio contínuo do espírito humano por Deus. Para sermos bem-sucedidos nesse exercício consolador, precisamos suplicar com mais freqüência a Deus que nos ensine a rezar sem cessar. Rezar mais e rezar com mais fervor. É a própria oração que lhe revela como rezá-la sem cessar; mas leva algum tempo".
"Dá graças a Deus, irmão muito amado, por haver-te Ele revelado essa invencível atração que existe em ti até a oração interior contínua. Reconhece nisso o chamamento de Deus e tranquilíza-te pensando que assim ha sido devidamente provado o acordo de tua vontade com a palavra divina; te ha sido dado comprender que não é nem a sabedoria deste mundo nem um vão desejo de conhecimento o que conduz à luz celestial —a contínua oração interior—, senão ao contrario, a pobreza de espírito e a experiencia ativa na simplicidade do coração".
"Como se aprende a oração, veremos neste livro que se chama Filocalia. Nele está contida a ciencia completa e detalhada da oração interior contínua, exposta por vinte cinco Padres. É tão útil e perfeito, que se lhe considera como o guia essencial da vida contemplativa, e, como disse o bem-aventurado Nicéforo, 'conduz a salvação sem trabalho nem dor'".
"Abriu o starets a Filocalia, escolheu uma passagem de São Simeão o Novo Teólogo e começou: 'Permanece sentado no silencio e na solidão, inclina a cabeça e fecha os olhos; respira suavemente, mira pela imaginação o interior de teu coração, recolhe tua inteligencia, quer dizer teu pensamento, de tua cabeça ao teu coração. Diz, ao ritmo da respiração: “Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim”, em voz baixa, ou simplesmente em espírito. Esforça-te em lançar fora todos os demais pensamentos, sê paciente e repete com frequência este exercicio'".
"A oração de Jesus, interior e constante, é a invocação contínua e ininterrupta do nome de Jesus com os lábios, o coração, a inteligência, no sentimento da sua presença, em todo lugar, em todo tempo, até durante o sono. Ela é expressa por estas palavras: 'Senhor, Jesus Cristo, tende piedade de mim'".
"Ao cabo de certo tempo notei que a oração se originava sozinha dentro de meu coração, quer dizer que meu coração, batendo com toda regularidade, se punha em certo modo a recitar as palavras santas a cada batida; por exemplo: 1-Senhor, 2-Jesus, 3-Cristo, e assim com o demais. Deixava de mover os labios e escutava com atenção o que dizia meu coração, lembrando-me de quão agradavel é isto segundo me dizia meu falecido starets".
"Todo meu desejo estava fixo sobre uma só coisa: dizer a oração de Jesus e, desde que me consagrei a isto, estive tomado de alegria e de consolo. Era como se meus lábios e minha língua pronunciassem por si mesmas as palavras, sem esforço de minha parte".
"Então senti como um rápido calor em meu coração, e tal amor por Jesus Cristo em meu pensamento, que me imaginei, a mim mesmo, ajoelhando-me a seus pés – Ah se pudesse vê-lo! – abraçando-o, beijando com ternura seus pés e agradecendo-lhe com lagrimas haver me permitido, em sua graça e seu amor, encontrar em seu nome tão grande consolo – a mim sua criatura indigna e pecadora. Em seguida sobreveio em meu coração um calor agradável que se expandiu para todo meu peito".
“Quando rezava, no fundo do meu coração, tudo o que me cercava aparecia sob um aspecto maravilhoso: árvores, ervas, pássaros, terra, água, ar... tudo parecia dizer-me que existem para o homem, que através do Amor de Deus, tudo rezava, tudo cantava a glória do Senhor. Compreendia assim aquilo que a Filocalia chama de consciência, o conhecimento da linguagem da criação, e via como é possível conversar com as criaturas de Deus”
"Algumas vezes meu coração resplandecia de alegria, parecia leve, pleno de liberdade e de consolo. As vezes eu sentia um amor ardente por Jesus Cristo e por todas as criaturas de Deus... As vezes, invocando o nome de Jesus, estava repleto de felicidade e, depois disto, conhecia o sentido destas palavras: 'O reino de Deus está dentro de vós'"
A ORAÇÃO DE JESUS consiste em sentar-se em silêncio, aquietar a mente e dirigir a atenção ao coração, procurando trazer a respiração ali, sentindo seu efeito. E, ao fazer isso, murmurar ou pensar nas palavras: "Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim”. Como água em pedra dura, a repetição vai amolecendo o coração do peregrino, “aprofundando- se em sua carne”. Ele repete as palavras 3 mil, 6 mil,12 mil vezes ao dia. E passa por vários estados, do desconforto e preguiça iniciais às primeiras sensações de calor no peito, a purificação vinda pelas lágrimas, o sentimento de união com o mundo, a abertura para a paz, até atingir a experiência do amor divino. Esse homem alcançou a oração contínua, aprendeu a "orar sem cessar". . Ele repetia o nome de JESUS o dia inteiro, e até durante o sono o nome de JESUS estava em seu coração.
O PEREGRINO RUSSO conta a história de como esse homem aprendeu a "orar sem cessar", por meio da ORAÇÃO DE JESUS, que consiste na repetição do nome de JESUS.
TRECHOS DO LIVRO RELATOS DE UM PEREGRINO RUSSO
"Por graça de Deus sou homem e sou cristão; pelas minhas ações sou um grande pecador. Meus bens são: as costas, uma sacola com pão duro, a santa Bíblia no bolso e só... Por estado, sou peregrino da mais baixa condição, andando sempre errante de um lugar a outro. No vigésimo quarto domingo depois de Pentecostes, fui à igreja para ali fazer minhas orações durante a liturgia. Estava sendo lida a primeira Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses e, entre outras palavras, ouvi estas: 'Orai incessantemente' (1Ts 5,17). Foi esse texto, mais que qualquer outro, que se inculcou em minha mente, e comecei a pensar como seria possível rezar incessantemente, já que um homem tem de se preocupar também com outras coisas a fim de ganhar a vida".
"É preciso lembrar-se de Deus em todo tempo, em todo lugar e em todas as coisas. Se fabricas alguma coisa, deves pensar no Criador de tudo o que existe; se vês a luz do dia, lembra-te Daquele que criou a luz para ti; se olhas o céu, a terra e o mar e tudo o que eles contêm, admira, glorifica Aquele que tudo criou; se te vestes com uma roupa, pensa Naquele de quem a recebeste e lhe agradece, a Ele que provê a tua existência. Em resumo, que todo movimento seja para ti um motivo para celebrar o Senhor: assim rezarás sem cessar e tua alma estará sempre alegre".
"A oração interior incessante é um anseio contínuo do espírito humano por Deus. Para sermos bem-sucedidos nesse exercício consolador, precisamos suplicar com mais freqüência a Deus que nos ensine a rezar sem cessar. Rezar mais e rezar com mais fervor. É a própria oração que lhe revela como rezá-la sem cessar; mas leva algum tempo".
"Dá graças a Deus, irmão muito amado, por haver-te Ele revelado essa invencível atração que existe em ti até a oração interior contínua. Reconhece nisso o chamamento de Deus e tranquilíza-te pensando que assim ha sido devidamente provado o acordo de tua vontade com a palavra divina; te ha sido dado comprender que não é nem a sabedoria deste mundo nem um vão desejo de conhecimento o que conduz à luz celestial —a contínua oração interior—, senão ao contrario, a pobreza de espírito e a experiencia ativa na simplicidade do coração".
"Como se aprende a oração, veremos neste livro que se chama Filocalia. Nele está contida a ciencia completa e detalhada da oração interior contínua, exposta por vinte cinco Padres. É tão útil e perfeito, que se lhe considera como o guia essencial da vida contemplativa, e, como disse o bem-aventurado Nicéforo, 'conduz a salvação sem trabalho nem dor'".
"Abriu o starets a Filocalia, escolheu uma passagem de São Simeão o Novo Teólogo e começou: 'Permanece sentado no silencio e na solidão, inclina a cabeça e fecha os olhos; respira suavemente, mira pela imaginação o interior de teu coração, recolhe tua inteligencia, quer dizer teu pensamento, de tua cabeça ao teu coração. Diz, ao ritmo da respiração: “Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim”, em voz baixa, ou simplesmente em espírito. Esforça-te em lançar fora todos os demais pensamentos, sê paciente e repete com frequência este exercicio'".
"A oração de Jesus, interior e constante, é a invocação contínua e ininterrupta do nome de Jesus com os lábios, o coração, a inteligência, no sentimento da sua presença, em todo lugar, em todo tempo, até durante o sono. Ela é expressa por estas palavras: 'Senhor, Jesus Cristo, tende piedade de mim'".
"Ao cabo de certo tempo notei que a oração se originava sozinha dentro de meu coração, quer dizer que meu coração, batendo com toda regularidade, se punha em certo modo a recitar as palavras santas a cada batida; por exemplo: 1-Senhor, 2-Jesus, 3-Cristo, e assim com o demais. Deixava de mover os labios e escutava com atenção o que dizia meu coração, lembrando-me de quão agradavel é isto segundo me dizia meu falecido starets".
"Todo meu desejo estava fixo sobre uma só coisa: dizer a oração de Jesus e, desde que me consagrei a isto, estive tomado de alegria e de consolo. Era como se meus lábios e minha língua pronunciassem por si mesmas as palavras, sem esforço de minha parte".
"Então senti como um rápido calor em meu coração, e tal amor por Jesus Cristo em meu pensamento, que me imaginei, a mim mesmo, ajoelhando-me a seus pés – Ah se pudesse vê-lo! – abraçando-o, beijando com ternura seus pés e agradecendo-lhe com lagrimas haver me permitido, em sua graça e seu amor, encontrar em seu nome tão grande consolo – a mim sua criatura indigna e pecadora. Em seguida sobreveio em meu coração um calor agradável que se expandiu para todo meu peito".
“Quando rezava, no fundo do meu coração, tudo o que me cercava aparecia sob um aspecto maravilhoso: árvores, ervas, pássaros, terra, água, ar... tudo parecia dizer-me que existem para o homem, que através do Amor de Deus, tudo rezava, tudo cantava a glória do Senhor. Compreendia assim aquilo que a Filocalia chama de consciência, o conhecimento da linguagem da criação, e via como é possível conversar com as criaturas de Deus”
"Algumas vezes meu coração resplandecia de alegria, parecia leve, pleno de liberdade e de consolo. As vezes eu sentia um amor ardente por Jesus Cristo e por todas as criaturas de Deus... As vezes, invocando o nome de Jesus, estava repleto de felicidade e, depois disto, conhecia o sentido destas palavras: 'O reino de Deus está dentro de vós'"