“Depois, disse-lhes uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer.”
(Lc. 18,1).
A oração contínua exige uma grande determinação e muita perseverança. Mas ela é, antes de mais, um dom de Deus.
A vida, no seu sentido mais profundo, resume-se em dois actos permanentes de uma simplicidade extrema. O primeiro é o amor, cuja fonte é o próprio Deus, e o segundo é a adoração, própria da criação: «Deus é Amor» (I Jo. 4,16) «Todo eu sou oração» (Sl 109,4)
Estes dois actos são permanentes, não sofrem qualquer interrupção; assim, Deus nunca cessa de amar a criação, e a criação não cessa de adorar Deus « Digo-vos, se eles se calarem, gritarão as pedras» (Lc. 19,40)
Todos os actos e múltiplas ocupações desta vida passarão e desaparecerão, sendo motivo de recompensa ou condenação; apenas restarão estes dois actos extraordinários: o Amor de Deus por nós e a nossa adoração a Deus. Estes dois nunca passarão e permanecerão eternamente, pois Deus se compraz em nos amar e nós descobrimos toda a nossa felicidade na adoração a Deus.
Esta adoração é uma intuição divina depositada por Deus no coração da natureza do Homem, a fim que este seja feliz por adorar a fonte do verdadeiro Amor. Todos nós experimentámos e verificámos este facto uma e outra vez; nós descobrimos com toda a certeza que a oração e a adoração são fontes de felicidade permanente. Existe, então, algum meio para levar uma vida de adoração e oração ininterrupta, para colocar Deus no centro dos nossos pensamentos, para fazer com que todos os nossos actos e comportamentos girem à Sua volta, para viver na Sua presença desde o nascer ao pôr do sol e do cair da tarde ao despontar da madrugada?
Na verdade, tal obra exige da nossa parte uma grande determinação e muita perseverança. Não nos esqueçamos, todavia, que ao empreendermos tal obra, correspondemos ao expoente máximo da vontade e plano divino. Consequentemente, seremos indubitavelmente ajudados, amados e guiados por Deus.
- Procurando falar-Lhe ao longo do dia, em vários momentos, com frases curtas que exprimam a nossa vivência do momento;
- Associando Deus ao nosso trabalho, pedindo-Lhe que esteja presente nas nossas actividades, prestando-Lhe conta das mesmas, uma vez que estejam concluídas, agradecendo-Lhe, quando são bem sucedidas e entregando-Lhe as nossas decepções perante os fracassos, procurando razões para estes: talvez nos tivéssemos afastado Dele, ou então esquecemo-nos de pedir a Sua ajuda?
- Procurando escutar a voz do Senhor através do nosso trabalho. Frequentemente, Ele fala-nos interiormente mas, como não estamos atentos à Sua voz, perdemos o essencial das Suas orientações.
- Nos momentos críticos, quando recebemos novidades alarmantes ou quando nos sentimos agredidos, peçamos-Lhe conselho; nas provações, Ele é o amigo mais querido e o conselheiro mais seguro.
- A partir do momento em que o coração começa a irritar-se e os sentimentos começam a turvar-se, voltemo-nos para Ele para acalmar esta agitação nefasta, antes que ela invada completamente o nosso coração; inveja, ira, julgamento, vingança, todos estes sentimentos levam-nos a perder a graça de viver na Sua presença pois Deus não pode coabitar com o mal.
- Procurando, sempre que possível, não O esquecer, voltando-nos imediatamente para Ele quando sentimos que os nossos pensamentos estão completamente dispersos;
- Não empreendendo um trabalho ou dar uma resposta antes de recebermos uma iniciativa de Deus. A Sua vontade torna-se mais fácil de discernir na medida da fidelidade da nossa caminhada na Sua presença e da nossa determinação em viver com Ele.
Com Ele, acolhe tudo o que encontras ao longo da tua vida, felicidade ou tristeza. Que a tua fé não se altere dia a dia, mediante as diversas circunstâncias da vida. Não permitas que o sucesso aumente a tua fé nem que o fracasso, a perda e a doença enfraqueçam ou destruam essa mesma fé.
Aceitaste viver com Deus? Então, de uma vez por todas, coloca Nele toda a tua confiança e não recues ou desistas. Sê fiel ao Senhor até à morte.
Confia-Lhe todas as tuas questões materiais e espirituais; Ele guiará todos os teus passos. Descobre que a vida com Deus tudo suporta: doença, fome, humilhação… e não te surpreendas se viveres essas situações. Procura ser paciente e verás que todas as coisas se transformam pois de tudo Deus tira um maior bem.
Centra o teu amor sobre Deus e não deixes que os obstáculos enfraqueçam este amor. Pelo contrário, acolhe todo o sofrimento sem azedume mas com doçura, por causa deste amor. Porque o Amor verdadeiro transforma o sofrimento em felicidade.
Não separeis o vosso coração de Deus, mas permanecei n’Ele e guardai sempre na memória Jesus Cristo, nosso Senhor, até que o nome do Senhor esteja enraizado no vosso coração e que este nada mais considere, para que Cristo seja exaltado em vós.
S. João Crisóstomo
Traduzido de “Il est vivant” nº 143, por S.Sfonte
(Lc. 18,1).
A oração contínua exige uma grande determinação e muita perseverança. Mas ela é, antes de mais, um dom de Deus.
A vida, no seu sentido mais profundo, resume-se em dois actos permanentes de uma simplicidade extrema. O primeiro é o amor, cuja fonte é o próprio Deus, e o segundo é a adoração, própria da criação: «Deus é Amor» (I Jo. 4,16) «Todo eu sou oração» (Sl 109,4)
Estes dois actos são permanentes, não sofrem qualquer interrupção; assim, Deus nunca cessa de amar a criação, e a criação não cessa de adorar Deus « Digo-vos, se eles se calarem, gritarão as pedras» (Lc. 19,40)
Todos os actos e múltiplas ocupações desta vida passarão e desaparecerão, sendo motivo de recompensa ou condenação; apenas restarão estes dois actos extraordinários: o Amor de Deus por nós e a nossa adoração a Deus. Estes dois nunca passarão e permanecerão eternamente, pois Deus se compraz em nos amar e nós descobrimos toda a nossa felicidade na adoração a Deus.
Esta adoração é uma intuição divina depositada por Deus no coração da natureza do Homem, a fim que este seja feliz por adorar a fonte do verdadeiro Amor. Todos nós experimentámos e verificámos este facto uma e outra vez; nós descobrimos com toda a certeza que a oração e a adoração são fontes de felicidade permanente. Existe, então, algum meio para levar uma vida de adoração e oração ininterrupta, para colocar Deus no centro dos nossos pensamentos, para fazer com que todos os nossos actos e comportamentos girem à Sua volta, para viver na Sua presença desde o nascer ao pôr do sol e do cair da tarde ao despontar da madrugada?
Na verdade, tal obra exige da nossa parte uma grande determinação e muita perseverança. Não nos esqueçamos, todavia, que ao empreendermos tal obra, correspondemos ao expoente máximo da vontade e plano divino. Consequentemente, seremos indubitavelmente ajudados, amados e guiados por Deus.
Porquê orar continuamente?
- para viver permanentemente na presença de Deus;
- para associar Deus a todas as nossas actividades, a todos os nossos pensamentos, e para conhecer a Sua vontade;
- para aceder a uma vida de alegria, aproximando-nos da fonte verdadeira da felicidade – Deus – e para usufruir do Seu amor;
- para adquirir um conhecimento profundo e verdadeiro de Deus;
- para praticar um feliz desprendimento das coisas do mundo, sem nada lamentar.
- para associar Deus a todas as nossas actividades, a todos os nossos pensamentos, e para conhecer a Sua vontade;
- para aceder a uma vida de alegria, aproximando-nos da fonte verdadeira da felicidade – Deus – e para usufruir do Seu amor;
- para adquirir um conhecimento profundo e verdadeiro de Deus;
- para praticar um feliz desprendimento das coisas do mundo, sem nada lamentar.
Como consegui-lo?
- Reavivando o sentimento de presença constante do Senhor que vê tudo o que fazemos e escuta tudo o que dizemos;- Procurando falar-Lhe ao longo do dia, em vários momentos, com frases curtas que exprimam a nossa vivência do momento;
- Associando Deus ao nosso trabalho, pedindo-Lhe que esteja presente nas nossas actividades, prestando-Lhe conta das mesmas, uma vez que estejam concluídas, agradecendo-Lhe, quando são bem sucedidas e entregando-Lhe as nossas decepções perante os fracassos, procurando razões para estes: talvez nos tivéssemos afastado Dele, ou então esquecemo-nos de pedir a Sua ajuda?
- Procurando escutar a voz do Senhor através do nosso trabalho. Frequentemente, Ele fala-nos interiormente mas, como não estamos atentos à Sua voz, perdemos o essencial das Suas orientações.
- Nos momentos críticos, quando recebemos novidades alarmantes ou quando nos sentimos agredidos, peçamos-Lhe conselho; nas provações, Ele é o amigo mais querido e o conselheiro mais seguro.
- A partir do momento em que o coração começa a irritar-se e os sentimentos começam a turvar-se, voltemo-nos para Ele para acalmar esta agitação nefasta, antes que ela invada completamente o nosso coração; inveja, ira, julgamento, vingança, todos estes sentimentos levam-nos a perder a graça de viver na Sua presença pois Deus não pode coabitar com o mal.
- Procurando, sempre que possível, não O esquecer, voltando-nos imediatamente para Ele quando sentimos que os nossos pensamentos estão completamente dispersos;
- Não empreendendo um trabalho ou dar uma resposta antes de recebermos uma iniciativa de Deus. A Sua vontade torna-se mais fácil de discernir na medida da fidelidade da nossa caminhada na Sua presença e da nossa determinação em viver com Ele.
«Centra o teu amor sobre Deus»
Acreditas em Deus? Então possa Deus ser o alicerce dos teus comportamentos.Com Ele, acolhe tudo o que encontras ao longo da tua vida, felicidade ou tristeza. Que a tua fé não se altere dia a dia, mediante as diversas circunstâncias da vida. Não permitas que o sucesso aumente a tua fé nem que o fracasso, a perda e a doença enfraqueçam ou destruam essa mesma fé.
Aceitaste viver com Deus? Então, de uma vez por todas, coloca Nele toda a tua confiança e não recues ou desistas. Sê fiel ao Senhor até à morte.
Confia-Lhe todas as tuas questões materiais e espirituais; Ele guiará todos os teus passos. Descobre que a vida com Deus tudo suporta: doença, fome, humilhação… e não te surpreendas se viveres essas situações. Procura ser paciente e verás que todas as coisas se transformam pois de tudo Deus tira um maior bem.
Centra o teu amor sobre Deus e não deixes que os obstáculos enfraqueçam este amor. Pelo contrário, acolhe todo o sofrimento sem azedume mas com doçura, por causa deste amor. Porque o Amor verdadeiro transforma o sofrimento em felicidade.
Não separeis o vosso coração de Deus, mas permanecei n’Ele e guardai sempre na memória Jesus Cristo, nosso Senhor, até que o nome do Senhor esteja enraizado no vosso coração e que este nada mais considere, para que Cristo seja exaltado em vós.
S. João Crisóstomo
Traduzido de “Il est vivant” nº 143, por S.Sfonte